Dois Anos da ABJD e o fortalecimento do projeto garantidor da vida

28/05/2020

Dois Anos da ABJD e o fortalecimento do projeto garantidor da vida






Em maio de 2018, imbuída da missão de lutar pela manutenção do Estado Democrático de Direito, a partir de uma articulação ampla entre juristas brasileiros contra o golpe de Estado que, com forte e incisiva atuação do Poder Judiciário, culminou no impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, nasce a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

Os efeitos e a continuidade desse golpe, motivado por interesses neoliberais e que levaram a eleição de um governo de princípios e medidas explicitamente antidemocráticos, irresponsáveis e, por vezes, genocidas, desafiam diariamente a todos/as os/as defensores/as da democracia e dos Direitos Humanos.

Nesse espírito de vigilância constante, durante esses 2 anos de atuação, a ABJD dedicou-se ao monitoramento e atuação direta frente às diversas violações cometidas pelo Governo (em atenção às necessidades do Capital) contra as instituições democráticas e a sociedade como um todo. Incidiu também na esfera internacional, o que permitiu o diálogo, as reivindicações e as denúncias constantes dentro e fora do território nacional.

Cumprindo com seu principal e constante desafio enquanto organização de representação e defesa do Estado Democrático de Direito, nos âmbitos nacional e internacional, a ABJD segue oficializando manifestações de repúdio, denúncias, requerimentos judiciais e administrativos perante o judiciário e demais poderes brasileiros, bem como Cortes e entidades internacionais, além de atos públicos, ciclos de formação, entre outras ações que possibilitaram o manejo das medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis nesta conjuntura, paralelamente ao diálogo com a sociedade.

Neste momento, em meio a uma crise sanitária e uma crise econômica, nunca foi tão necessário defender a Democracia. Assim, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) tem atuado contra a arbitrariedade de governos que coadunam com a imposição hostil e precária, negando direitos e ultrapassando os limites de um estado democrático.

A necessidade de enfrentamento dos retrocessos é reforçada quando a disseminação do ódio recoloca um conservadorismo extremado e um ataque direto às instituições do sistema de justiça, numa ameaça constante. Mesmo que o momento nos exija distanciamento, é desafio da ABJD continuar se movimentando para o fortalecimento de um projeto garantidor da vida.

Discursos de autoridade não podem se sobrepor ao poder popular, à soberania do povo brasileiro. Portanto, em defesa da Constituição, é essencial continuarmos unidos em prol da construção e ampliação do alcance de ações estruturantes dos valores democráticos e dos princípios fundamentais. Somente uma atuação efetiva contra toda negligência perpetrada será capaz de transformar uma sociedade.

Convidamos todas e todos juristas, ou seja, estudantes de direito, trabalhadoras e trabalhadores do sistema de justiça que estão concluindo ou concluíram o curso de direito, magistradas/os, promotoras/es de justiça, advogados nos órgãos públicos, professoras/es, e advogadas/os para associar-se à ABJD e trilhar junto o caminho na construção de novos parâmetros e compreensões sobre o papel do jurista na luta pela democracia e sua defesa permanente.


*Letícia Souza, 26 anos, baiana, compõe o núcleo ABJD/MG e Patricia de Oliveira Costa, 25 anos, paulista, compõe o núcleo ABJD/SP e a Secretaria de Relações Internacionais - SRI/ABJD. Advogadas populares, filhas de assentados/as da Reforma Agrária.

Escolha a ABJD mais próxima de você

TO BA SE PE AL RN CE PI MA AP PA RR AM AC RO MT MS GO PR SC RS SP MG RJ ES DF PB