Preocupada com a saúde pública em Tocantins, o núcleo da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) no estado entrou com uma interpelação judicial
(acesse aqui) contra o governador Mauro Carlesse (DEM). O objetivo é fazer com que o governo apresente os estudos técnicos e planejamento que embasaram o Decreto nº 6.083, de 13 de abril de 2020, que permite que prefeitos possam autorizar o funcionamento de estabelecimentos comerciais considerados não-essenciais.
Os integrantes da entidade consideram que os atos administrativos do governo de Tocantins são contrários aos inúmeros estudos científicos que recomendam a manutenção da quarentena como forma de evitar o pico prematuro de incidência da Covid-19 e pode acarretar sérios prejuízos à saúde da população tocantinense.
"Há uma profunda incoerência entre decretar a quarentena no estado e após 30 dias emitir novo Decreto liberando inúmeras atividades, sem que tenha havido mudança substancial da situação fática que justificou o primeiro decreto", afirma o documento.
Para os juristas. são muitas perguntas que devem ser respondidas pela administração pública
estadual. "Afinal, ao relaxar as medidas de isolamento social, o governo do Estado do Tocantins
resolveu assumir os riscos do aumento do número de infectados (e muito possivelmente o
aumento do número de mortos). Se isso é verdadeiro, é necessário que a administração pública
fundamente suas decisões, explicando a motivação dos atos administrativos perpetrados", ressaltam.
A ABJD-TO pede, então, que a justiça determine um prazo ao governador Mauro Carlesse para apresentação dos fundamentos e estudos técnicos que motivaram a decisão de relaxar as medidas de isolamento social.