12/07/2024

ABJD e outras organizações da ALBA Movimentos pedem ao Governo Federal rompimento de relações diplomáticas com Israel

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CARTA DE ORGANIZAÇÕES E MOVIMENTOS POPULARES AO GOVERNO BRASILEIRO 

É de conhecimento da sociedade brasileira, que o povo palestino em Gaza tem passado por horrores e privações desde a intensificação das agressões de Israel no último dia 7 de outubro de 2023. Nessa nova incursão militar israelense já se contabilizam mais de 37 mil mortos e se aprofunda ainda mais o apartheid sofrido pelo povo palestino desde o Nakba em 1948, quando mais de 700.000 palestinos foram expulsos da sua terra natal.

Israel tem promovido um massacre em Gaza, atacando alvos civis, como campos de refugiados e milhares de mulheres, idosos e crianças, que morreram desde o início dessa nova agressão. Nesse momento, a cidade de Rafah, próxima da fronteira com o Egito e último refúgio de 1,4 milhão de palestinos que foram forçados a migrar nestes mais de 250 dias de genocídio em curso, sofre com bombardeios e execuções.

No dia 06 de maio de 2024, o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Catar e Egito, o que não impediu Israel de invadir Rafah já no dia seguinte. Em 20 de maio o procurador do TPI, Karim Khan, pediu a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra. Em 29 de maio ainda, o governo brasileiro anunciou a retirada do embaixador brasileiro em Tel Aviv, sem anunciar um substituto, o que configura um gesto político contundente nas relações internacionais.

Desde as primeiras semanas desta agressão o presidente Lula assumiu a posição corajosa de classificar o que ocorre em Gaza como um genocídio perpetrado pelo Estado de Israel e reafirmando a defesa de um Estado palestino livre e soberano. Contraditoriamente, o país seguiu fornecendo petróleo cru para Israel, com duas remessas que totalizaram 260.000 toneladas até fevereiro deste ano, além da compra pelo Exército Brasileiro de 36 veículos blindados de combate da empresa israelense Elbit Systems, a qual teve a assinatura do seu protocolo suspensa após pressão da opinião pública.

Após quase 9 meses de um genocídio sem perspectiva de encerramento e de uma posição submissa das Nações Unidas aos interesses dos EUA no oriente-médio, que estrategicamente vincula seu apoio a Israel, viemos pedir ao governo brasileiro que rompa imediatamente as relações diplomáticas, comerciais e militares com o governo de Israel, contribuindo para a pressão internacional contra a invasão israelense e até que cesse toda a agressão perpetrada contra o povo palestino.

Palestina livre, do Rio ao Mar